Mães enfrentam a apreensão de
deixar o filho em casa pela primeira vez e encaram o desafio de retornar à
jornada de trabalho
Ter filhos está entre as experiências mais desejadas pelas mulheres. Logo após o nascimento, nenhuma mãe quer ficar longe do bebê para reassumir a carreira, mas o período da licença-maternidade acaba e é preciso voltar ao trabalho. Então, começa um novo desafio: deixar a criança em boas mãos para retomar o pique do emprego.
Lúcia acaba de retomar as atividades, em um centro cultural, após seis meses com o bebê Heitor: "Quando precisei deixá-lo, ficou aquele aperto no coração"
A recepcionista Lúcia Viana,
34 anos, vive os primeiros dias da ansiedade de conciliar os papéis de mãe e de
profissional. Ela ganhou o primogênito, Heitor, há sete meses, e ficou de
licença até abril. “Ele ficou seis meses direto comigo, então quando precisei
deixá-lo, ficou aquele aperto no coração”, conta.
No retorno ao
trabalho, é complicado não se preocupar com o bebê. Lúcia deixou Heitor com a
irmã, que veio do Maranhão especialmente para cuidar do rebento. Mesmo assim, a
recepcionista, que atua em um centro cultural, fica insegura. “Eu trabalho oito
horas por dia, fico preocupada se ele vai se lembrar de mim quando crescer”, relata.
Apesar das inquietações, Lúcia se tranquiliza ao receber o apoio dos chefes e
dos colegas. “Tenho liberdade para cuidar do meu filho quando for necessário,
como levar ao médico para tomar vacina”, afirma.
Toda essa apreensão
é comum entre as mães, de primeira viagem ou não, logo após a retomada da
profissão. “Existem mulheres que ficam com sentimento de culpa durante o
expediente por não estarem com os filhos. Elas se sentem ausentes”, enumera
Bibiana Teodori, coach da Positive Transformation. A especialista alerta que
cobranças excessivas da mãe em relação a ela mesma e a insegurança atrapalham o
lado profissional. Algumas podem até se sentir deslocadas após passar muito
tempo longe da profissão. “Elas não sabem se vão retornar ao mesmo posto, se serão
realojadas ou mesmo se vão aguentar levar o ritmo de antes.”
Planejamento
A solução proposta
por Bibiana é organizar-se antes da volta ao emprego, o que diminui a ansiedade
e a cobrança. “Uma dica é que a mulher comece a estabelecer os novos objetivos
e planejar como pretende continuar crescendo dentro da empresa. Isso a ajudará
a se reconectar com a organização e contar com uma motivação interna maior para
deixar o filho em casa e passar as oito horas no serviço”, comenta.
A especialista
afirma ainda que a organização para a volta ao trabalho precisa começar ainda
no período da licença-maternidade. “A mãe deve repensar a agenda, rever o tempo
disponível, saber se há realmente necessidade de trabalhar por questão
financeira, e ter o conhecimento do desafio que é conciliar a família e o
trabalho.”
Daniela está desfrutando o início do recesso para cuidar do segundo filho
A professora de química Daniela Trovão, 34 anos, celebra o primeiro dia das mães com Thalles, de apenas 1 mês. Ele é o segundo filho de Daniela, que também é mãe de Alessa, 7. Mesmo no início da licença-maternidade, ela já está preocupada em como vai aguentar ficar longe do bebê quando voltar ao trabalho. “Como sou professora, há uma angústia ainda maior porque não posso ficar interrompendo a aula para saber como meu filho está”, antecipa.
Outro motivo de ansiedade para Daniela é com o andamento do trabalho durante o período de afastamento. Ela dá aulas em um colégio particular que prepara alunos para as maratonas de vestibulares. “Há professores muito bons dando continuidade ao conteúdo, mas fico um pouco preocupada por estar longe”, admite. Para ter mais tranquilidade, a professora deixou toda a matéria pronta para que o substituto não ficasse perdido nas primeiras semanas de mudança.
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“A volta ao emprego é uma das maiores queixas das mães, que enfrentam outras inquietudes, como a relação com o marido e o crescimento do filho”, explica a coach especialista em maternidade Iranise Pedro. Mesmo que cuidar de bebês tenha momentos imprevisíveis, a especialista acredita que agir com organização e objetividade é fundamental para se preocupar com cada relação— pessoal e profissional — na hora certa. “A mãe deve, diariamente, dar pausas nos cuidados com a criança e com a profissão para respirar e se organizar”,sugere Iranise.
Outro motivo de ansiedade para Daniela é com o andamento do trabalho durante o período de afastamento. Ela dá aulas em um colégio particular que prepara alunos para as maratonas de vestibulares. “Há professores muito bons dando continuidade ao conteúdo, mas fico um pouco preocupada por estar longe”, admite. Para ter mais tranquilidade, a professora deixou toda a matéria pronta para que o substituto não ficasse perdido nas primeiras semanas de mudança.
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“A volta ao emprego é uma das maiores queixas das mães, que enfrentam outras inquietudes, como a relação com o marido e o crescimento do filho”, explica a coach especialista em maternidade Iranise Pedro. Mesmo que cuidar de bebês tenha momentos imprevisíveis, a especialista acredita que agir com organização e objetividade é fundamental para se preocupar com cada relação— pessoal e profissional — na hora certa. “A mãe deve, diariamente, dar pausas nos cuidados com a criança e com a profissão para respirar e se organizar”,sugere Iranise.

Profissão: mãe
Nem sempre seguir carreira profissional está nos sonhos de quem deseja ser mãe. Cuidar do filho pode ser tão trabalhoso quanto um emprego com dupla jornada. Quando três bebês resolvem vir de uma vez só, a mãe não para um minuto. Foi o que aconteceu com Priscila Cristina Leite, 26 anos, que trocou a vida profissional pelo sonho de cuidar dos filhos. “Deixei meu trabalho em uma loja para me dedicar ao processo de reprodução assistida, já que tive dificuldades de engravidar. Agora que tive trigêmeos, posso me dedicar integralmente a eles”, relata a dona de casa.
Moradora de Itumbiara (GO), Priscila pretende ter a maternidade como profissão. “Quero só cuidar deles até crescerem”, conta. O marido, Jessé, é pastor evangélico e o responsável pela renda da família. “Dessa forma, posso me dedicar melhor a tomar conta da casa e das crianças”, explica.
Mesmo as mães que não trabalham fora podem receber o salário-maternidade pago pela Previdência Social, caso sejam contribuintes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). “Mulheres autônomas, empregadas domésticas, diaristas, trabalhadoras rurais, contribuintes individuais ou facultativas devem requerer o benefício no INSS, que o pagará diretamente às seguradas, desde que essas estejam com suas contribuições em dia”, explica o advogado previdenciário George Tavares.
Só em março de 2014, o INSS pagou R$ 55,8 milhões diretamente às seguradas que não recebem licença-maternidade da empresa. O valor é calculado de acordo com a contribuição paga e com a categoria do seguro de cada mulher. O especialista alerta, no entanto, que beneficiadas pelo salário-maternidade podem perder o direito ao auxílio se desempenharem alguma atividade remunerada durante a licença. “O recebimento do benefício é condicionado ao afastamento da mãe das atividades.”
Foco na saúde
A pediatra Fábia Queiroga, médica responsável pelo banco de leite do Hospital Santa Lucia, lembra a importância de se cumprir os seis meses do período de lactação recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), maior que a duração obrigatória da licença-maternidade no Brasil, de quatro meses. Ela recomenda que as companhias invistam em espaços para aleitamento materno dentro do local de trabalho. “Empresas com muitas mulheres na idade fértil podem ter creches e lugares para permitir a amamentação durante o expediente.
Caso não seja possível, os chefes devem combinar expedientes mais curtos com as mães durante a lactação”, explica Fábia. “Na necessidade absoluta de a mãe comparecer ao trabalho sem o filho, estocar e congelar leite materno para fornecê-lo durante a ausência é uma solução”, completa. O leite congelado pode ser consumido em até 15 dias.
Fonte/correiobrasiliense
Redação:Paulo José
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