domingo, 21 de dezembro de 2014

Tiririca propõe redução do desperdício e usa paródia em projeto

Cientistas políticos são unânimes ao analisar o fenômeno Tiririca (PR-SP), reeleito deputado federal com mais de 1 milhão de votos: é um voto de protesto. Mas o palhaço por profissão e que debocha da classe política nas propagandas eleitorais trata de coisa séria no Congresso. Na última semana, o parlamentar, um dos únicos a comparecer a todas as sessões do mandato, apresentou projeto que institui a política nacional de redução de perdas e desperdício de alimentos.
Na justificativa, usou tom emocional, lembrou sua história e citou até uma paródia que costuma cantar para sensibilizar os colegas. O projeto de Tiririca propões princípios, objetivos, metas e ações a serem adotados pelo governo federal em cooperação com Estados, municípios e iniciativa privada, de modo a maximizar o aproveitamento para consumo humano dos alimentos no país.
Entre as ações, defende que se conscientize as pessoas e se faça investimentos sobre os impactos do desperdício, a elaboração de iniciativas que tenham por finalidade a redução das perdas. Isso inclui, por exemplo, a inserção do tema no conteúdo programático do ensino fundamental, de disciplinas relacionadas à educação alimentar e nutricional, e a  conscientização quanto aos aspectos sociais, ambientais e econômicos relacionados às perdas e ao desperdício. A política nacional versaria também sobre a capacitação de pessoal para produção, colheira, processamento, transporte, armazenamento e comercialização e a pesquisa científica que contribuíssem para reduzir as perdas.
Na justificativa, Tiririca lembra estimativa da O Organização das Nações Unidas para a Fome e a Alimentação  (FAO) de que a terça parte de todo o alimento produzido no mundo se perde ou é desperdiçada, provocando imenso impacto negativo sobre a economia global, a oferta mundial de alimentos e o meio ambiente. “Uma das coisas mais tristes e vergonhosas que acontecem todos os dias é o desperdício de toneladas e toneladas de alimentos, enquanto muitos não têm o que comer”, diz o parlamentar no texto.  Tiririca destaca que foi menino pobre, cita a vida de humorista e resumiu: “Grandes humoristas brasileiros e de todo o mundo, que sempre me inspiraram, têm demonstrado rara capacidade de produzir humor nas mais variadas situações e até ajudado a amenizar a dor de crianças que sofrem com graves enfermidades, internadas em hospitais. No entanto, há coisas que definitivamente não têm graça, como a miséria e a fome”.
 Ao encerrar a justificativa, Tiririca volta a tratar de sua origem nos palcos. “Sem fome e sem miséria, muitos brasileiros que hoje enfrentam dificuldades poderão, de fato, perceber-se como cidadãos; bem alimentados, poderão aproveitar melhor a vida e, entre outras coisas, divertir-se com as pilhérias dos palhaços”, avalia, antes de citar uma paródia que costuma cantar nos palcos. Assim ele conclui:   "Não se admire se um dia  menino de rua invadir  a porta da sua casa,  pegar alimento e fugir.  Não condene esse menino,  não chame ele de ladrão  que leva sol e chuva  e ainda dorme no chão.  Mas se você parar pra pensar  e prestar bem atenção  ’cê pode ajudar  e tirar ele do chão.  Já sabendo disso tudo  ele vai lhe dar as mãos.  É a nossa obrigação:  ajudar nossos irmãos!"

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