BAIANOS REPROVAM NOME DE NOVA FASE DA LAVA-JATO

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A alegria e a tranquilidade do baiano são mundialmente conhecidas, mas não é recomendável profanar aquilo que o povo da boa terra considera sagrado: isso vale pros seus templos, seus terreiros e, não menos, para seu acarajé.O bolinho de feijão tem na Bahia um status superior, tanto que é oferecido aos orixás. E é pecado gravíssimo menosprezá-lo, vulgarizá-lo ou profaná-lo. Até a Fifa, que tentou impedir a venda do quitute na Arena Fonte Nova durante a Copa de 2014, acabou tendo que baixar a bola. Mas a má-vontade da cartolagem irritou tanto os orixás, que a entidade máxima do futebol desmoronou após o mundial.Agora, a Polícia Federal pisa em campo minado, ao batizar a 23ª fase da Operação Lava-Jato com o nome de “Acarajé”. O fato repercutiu mal entre muitos baianos e, nas redes sociais, há inúmeros protestos contra a escolha dos meganhas.“Queremos que combatam a corrupção, mas exigimos que respeitem nossas tradições”, proclamou via WhatsApp um baiano, retado com a PF. O mesmo chegou a sugerir que o governador Rui Costa assine uma moção de repúdio contra a apropriação indébita do símbolo sacro-gastronômico.Longe do tabuleiro da baiana, a Operação Lava-Jato vive um momento labiríntico e sofre questionamentos de setores da sociedade, principalmente no campo jurídico. Sem desconhecer a importância do combate a corrupção, as críticas miram possíveis abusos contra direitos fundamentais, como o uso da prisão preventiva para forçar delações.
A FASE – A 23ª fase da operação cumpre um total de 58 mandados no Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. São 38 de busca e apreensão, dois de prisão preventiva, seis de prisão temporária e cinco de condução coercitiva. Na capital baiana, agentes da PF visitaram a sede da Odebrecht e a casa de praia do marqueteiro João Santana, que é um dos alvos desta etapa da Lava-Jato.

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