quinta-feira, 25 de agosto de 2016

CANAVIEIRAS:Nossa história dentro do cemitério

Na lápide de um dos mais ostentosos e mais antigos mausoléus do cemitério de Canavierias verifica-se que nesta quinta-feira 25 de agosto completam-se os 100 anos da morte de Carlito Mueller.
Carlito Mueller, ou João Carlos Mueller, foi um dos muitos suíços que viveram em Canavieiras durante os 80 anos transcorridos entre as décadas de 1880 e 1960, e que tinham a ver com o mercado de cacau.
Ele morreu aos 31 anos de idade, de “auto-intoxicação por occlusão intestinal”, conforme está registrado no livro 11, página 25, termo 462, do Cartório do Registro Civil de Canavieiras.
Por aquele tempo viveram em Canavieiras os suíços Jean Charles Froehlich, F. Mantel, Jacques Merian, Jacques Mueller, Hermann Braem, Jean Frederico Mueller, João Carlos Mueller, Henrique Wuethrich, Jacob Schneider, Jacques F. Manz, Hermann Spiegelberg, Otto Nydegger e outros.
Essa numerosa comunidade suíça vivia em torno do mercado de cacau, todos eles ligados a Wildbergue & Cia., a maior empresa compradora e exportada de cacau daquele tempo, ou às suas firmas antecessoras.
Nos anos 1880/90 já florescia em Canavieiras o comércio cacaueiro, com a instalação aqui da firma C. F. Keller & Cia. e, em seguida, da Mueller & Cia., duas das antecessoras da Wildbergue. Carlito Mueller era sócio de seu irmão Jacques Mueller na Mueller & Cia.
Ilhéus, Belmonte e Canavieiras eram as cidades que naquele tempo centralizavam no sul da Bahia as atividades cacaueiras. “Em 1890 exportava-se já de Ilhéus cerca de 10 mil sacos de cacau e, de Canavieiras, um pouco mais que a citada quantidade”, registra o livro Notícia Histórica de Wildbergue & Cia., editado em 1942.
Como no centenário mausoléu de Carlito Mueller, em outras sepulturas do nosso cemitério também podem ser exumados interessantes fatos históricos sobre o município de Canavieiras. Afinal, nosso cemitério é de 1892, e é ali onde foram enterrados nos últimos 124 anos um sem-número de corpos e retalhos da nossa história.
Texto de Tyrone Perrucho. Colaboraram Nelson Amarelão, Arenoca e Fernando Reis.

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